Transtornos alimentares e Obesidade

O que é Obesidade?

A obesidade é uma doença crônica, de elevada mortalidade e múltiplas causas. Atualmente é considerada epidemia de saúde pública e motivo de preocupação mundial. No Brasil: segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 30% das crianças do país têm sobrepeso e metade delas é obesa. Cerca de 15.8% da população adulta é obesa e 48.5% é acima do peso (sobrepeso) (fonte: Ministério da Saúde, 2011). A prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes tem aumentado muito nos últimos anos, já atingindo cerca de 30% de indivíduos nessa faixa etária nos Estados Unidos. Segundo o relatório "Estatísticas Mundiais de Saúde 2012", da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em 16/05/2012, a obesidade é a causa de morte de 2,8 milhões de pessoas por ano. Cerca de 12% da população mundial é considerada obesa de acordo com o diretor do departamento de estatísticas da OMS. Os dados divulgados alertam para o aumento das doenças não contagiosas associadas à obesidade, como diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares, que representam 2/3 das mortes no mundo.

A definição primária de obesidade é a de um acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo e existem várias formas de classificar se um indivíduo é obeso. O método mais utilizado é o Índice de Massa Corpórea (IMC). O IMC é medido pelo peso do indivíduo dividido pela altura ao quadrado (Ex: Se a pessoa pesa 54 kg e sua altura é 1,61 m , o IMC é igual a 54 ÷ 1,61×1,61= 20,8). Se o IMC for igual ou superior a 30 kg/ m² o indivíduo é considerado obeso.

Torna-se necessário, à visão dos conhecimentos atuais, avaliar os diversos fatores que estão implicados na gênese da obesidade e não atribuir a doença à uma única causa. Sabemos que existem aspectos genéticos, metabólicos, nutricionais, psicológicos e sociais que influenciam no desenvolvimento e agravamento da obesidade e, por isso, o profissional de saúde deve tentar entender e tratar o indivíduo obeso dentro da visão biopsicossocial, derrubando preconceitos.

Infelizmente, o preconceito e discriminação em relação à obesidade prevalece e, muitas vezes, a pessoa obesa é considerada "culpada", "preguiçosa", "incapaz de controlar sua fome" e também como "uma pessoa que tem graves problemas psicológicos". Porém, estudos demonstram que não existe uma personalidade típica do obeso e que obesos na população geral não apresentam mais transtornos psicológicos que os não obesos. O estigma e o preconceito são vistos portanto como conseqüências da obesidade e causas de distúrbios psicológicos como a depressão e o isolamento.

O tratamento deve incluir muitos profissionais, trabalhando em conjunto, visando o bem-estar e melhor qualidade de vida do paciente. O objetivo não é só o emagrecimento e sim uma mudanças na auto-imagem, auto-estima, pensamentos e comportamentos do indivíduo. Evidências da OMS indicam que uma perda ponderal de 5 a 10% do peso atual do indivíduo traz benefícios à sua saúde e diminui o risco de doenças cardiovasculares.

Simone Silva Freitas
(Psicóloga e Coordenadora do CETTAO - Clínica de Estudos e Tratamento de Transtornos Alimentares e Obesidade - do Serviço de Psiquiatria da SCMRJ - Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro)

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